Segunda dica - as ondas
Antes de surfar, dê uma olhada no mar. Repare que, lá no fundo, as ondas são como marolas, corcovas na água do mar. A onda ganha tamanho até o momento em que começa a despencar sobre seu próprio peso, formando uma espuma branca. Esse é o lugar certo para o surf.
A maneira como a onda quebra é essencial. A condição ideal é quando a onda se encontra com a praia de lado, em um ângulo menor que 90º. O resultado é que uma parte da onda irá encontrar um obstáculo, como uma pedra submersa ou banco de areia, começar a quebrar e formar espuma branca. O resto da onda continua como uma parede, e a espuma branca aos poucos avança sobre a onda. O principal objetivo do surf é deslizar sobre a parede, aproveitando-a para fazer manobras, mas sem se adiantar muito, ficando próximo da espuma branca.
Às vezes a onda entra na praia “de frente”, formando um ângulo de 90º com ela. O resultado é que ela irá estourar toda de uma vez. Os surfistas dizem que essas ondas estão “fechando”, e é melhor manter distância delas, especialmente se o mar estiver grande. Mas como a maior parte das praias não costuma ser reta, mas curva, mesmo se a ondulação entra de frente, em algum canto da praia a onda poderá formar uma parede ao estourar – procure esse “rabo de onda” para surfar.
Repare também em que direção as ondas estouram, seguindo a espuma branca. Provavelmente haverá um local na praia onde as ondas terminam de estourar e perdem tamanho, ou onde não estoura qualquer onda. Nessa área, que os surfistas chamam de canal, a profundidade da água é maior, e toda a água deslocada em forma de ondas retorna ao fundo mar por ali. Se você estiver nadando, cuidado com esse lugar aparentemente calmo: a correnteza costuma ser mais forte nesse ponto, chamado de “vala” pelos salva-vidas. Se for um dia de ondas grandes, verdadeiros rios se formam nas valas. Mas, se você quiser surfar, esse é o lugar certo para entrar na água, pois a correnteza irá te ajudar a passar da arrebentação.
O modo que as ondas quebram também é importante. Se as paredes são quase verticais, e se a onda estoura formando um tubo entre a parede e a parte superior da onda (o lip), cuidado. Os surfistas dizem que essas são ondas "buraco", que proporcionam um surf mais rápido e radical - e portanto, não são indicadas para quem está começando. No Rio de Janeiro, em geral as praias da zona sul têm ondas mais "em pé" - Ipanema, São Conrado, Leme.
O extremo oposto é uma onda cheia, com uma parede inclinada, e onde a espuma branca pode até estourar aos poucos, bem devagar. Essas ondas são mais fáceis de surfar, especialmente se você está com uma prancha estilo funboard ou longboard. Por experiência própria, digo que é mais fácil surfar uma onda de mais de dois metros cheia a uma onda tubular de quatro pés. No Rio o lugar que tem as ondas mais cheias é a Praia da Macumba, em frente ao quiosque do Rico - que, não por acaso, é o ponto preferido por quem gosta do longboard e para os iniciantes. Barra, Prainha e Grumari geralmente têm ondas mais ou menos cheias, mas nesses lugares, quando o swell passa de um metro e meio, as ondas ficam secas e bastante radicais.
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