domingo, fevereiro 05, 2006

Fim-de-semana fora do Rio (ou quase)

Prainha

O sábado foi um dia marcante para mim: oficialmente me tornei padrinho do meu primo, o João Francisco. É um daqueles sinais de que você está ficando mais velho, mas é claro que não decepcionei minha criança interna, e acordei bem cedo para surfar. Quando ia para a praia, pensei numa lista de sinais que mostram que você realmente acordou cedo. Alguns são:

  1. ao sair de casa, você encontra um vizinho bêbado voltando da noitada;

  2. os veículos nas srua ainda estão com os faróis ou lanternas ligadas;

  3. os carros acidentados na noite anterior ainda não foram recolhidos.


Dessa lista, felizmente só marquei dois pontos, e não vi qualquer acidente. Cheguei na Prainha às 7 da manhã e a situação não era muito boa: o fraco swell que havia chegado à cidade na quinta já tinha perdido força, e as ondas tinham meio metro. Peguei umas marolas boas, mas com a água quente e o sol, o crowd na Prainha fica insuportável.

Decidi ir para o Grumari, mas logo que cheguei lá retornei à Prainha por um singelo motivo: havia esquecido minha prancha lá! Preciso dar um jeito nessa cabeça...


GrumariNão me arrependi de ter ido ao Grumari. As ondas eram quase tão boas quanto as da Prainha, mas o crowd bem menor. E o melhor do Grumari é o clima: a praia é quase deserta, e ao fundo está uma grande Área de Proteção Ambiental, com uma Mata Atlântica virgem. Parece que você está em uma cidade de praia, e não no Rio de Janeiro. No final do dia, com a maré secando, o mar subiu um pouco, mas às 11 da manhã precisei ir embora, para o grande dia do batizado.

Depois do batizado emendei com a festa de aniversário de um ano do João Francisco, e quando cheguei em casa já eram umas 10 da noite. Capotei, e acordei cedo no domingo também. Dessa vez, iria com um camrada, o Sardinha.

Decidimos ir para o Grumari, na Prainha as ondas eram bem pequenas e o crowd já era presente. Pelo menos teríamos ondas desertas. As ondas eram pequenas, quase ridículas, mas o surf foi legal pelo alto astral de ter uma praia quase que só para você, com um Sol bonito e uma água quente que permitiu dispensar a roupa de borracha.

Surfei três ondas com a funboard 7'5” do Sardinha, e me senti um novato de novo com aquela prancha grande que me fazia remar de um jeito desengonçado. Não completei nenhuma das ondas, mas achei legal surfar com uma prancha maior, que te dá um estilo mais clássico. Definitivamente, ainda vou experimentar um longboard. Ao contrário de muitas pessoas, fui desinformado e cabeça-dura, e comecei direto com uma “thruster” triquilha, sem ter passado pelo funboard ou pelo longboard.

Em casa ainda peguei na locadora o vídeo Step into Liquid, de Dana Brown, filho de Bruce “Endless Summer” Brown. Muito bom, mas só vejo um problema: ele é tão legal que faz qualquer um que não surfe ter vontade de experimentar. A maioria de filmes de surf é uma seqüência de imagens de profissionais topo-de-linha arrebentando ondas e com um hardcore como trilha sonora. Mas Dana Brown mostra, além de Taj Burrow, Kelly Slater e Tom Carol, várias pessoas normais, que nem surfam tão bem mas tem ótimas histórias para contar. Assim o crowd só aumenta!